Cultura e Resistência

Os anos mais pesados da ditadura militar fermentaram, paradoxalmente, um ambiente propício à produção cultural como forma de resistência ativa.

Nem de Tal vivia no olho do furacão e captou importantes imagens do movimento artístico em Belo Horizonte: montagens teatrais, espetáculos de dança e música, performances e agitos culturais. O acervo desse período configura um rico inventário da produção artística na Beagá dos anos 70. Lá estão atores e diretores do circuito contracultural como Ronaldo Brandão, Eid Ribeiro, Hélio Zolini, Adyr Assumpção, Antônio Grassi, Teuda Bara, Kimura Schetino, Gil Amâncio, Carlos Rocha, Bernardo da Mata Machado; a inesquecível montagem de Carmina Burana, pelo Bale Teatro Minas, com destaque para a atuação de Paulo Babreck; o Grupo Giramundo, do cenógrafo Álvaro Apocalypse e seu teatro de bonecos. A coleção reúne também o registro de espetáculos musicais que marcaram época nos palcos da cidade: Som Imaginário, Victor Assis Brasil, Wagner Tiso, Gonzaguinha, Nivaldo Ornelas, Jamil Joanes, Tavito, Frederico Oliveira (Fredera), Toninho Horta, Caetano Veloso, Ney Matogrosso. No mesmo período, sócio de Mário Drummond na Editora Cordel, Bernardo participa de um elenco de publicações multimídia de arte e publicidade.